sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Filme: A fonte das mulheres

Um filme para ser visto e apreciado com os olhos da alma. A história retrata mais do que a luta das mulheres por dignidade e respeito. Esta é a história da alma da mulher selvagem, da mulher astuta, que segue seus instintos e sua intuição.
 
No livro Mulheres que correm com os lobos a autora diz que uma mulher saudável assemelha-se muito a um lobo: robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal.
 
Este filme fala desta mulher que existe em toda mulher e que por algum motivo foi distanciada de sua natureza selvagem, mas que ao se reconectar ela se enche de vida e de alegria.
 
O filme começa mostrando a rotina de mulheres de uma aldeia que precisam ir buscar água em um local longe e levar para aldeia. Um trabalho feito pelas mulheres há muitos anos. Era uma tradição. As mulheres iam mesmo grávidas e muitas sofriam abortos devido ao peso e a quedas.
 
Leila, uma das mulheres da aldeia resolve expressar sua indignação, reprimida há tanto tempo, quando vê uma de suas companheiras abortando enquanto carregava água.
 
Ela resolve viver sua natureza selvagem; seguir sua natureza instintiva.
 
Apenas uma senhora do grupo apoia Leila e diz às outras mulheres: "Seus corações são águas estagnadas. Acordem seus corações. Mostrem seus sentimentos e sua coragem, ou sua vida vai afundar como pé na lama".
 
As outras mulheres estavam desconectadas de sua natureza selvagem. Mas Leila estava disposta a ajudá-las a trazer à tona sua força feminina e alcançar o seu direito de viver com dignidade e respeito.
 
Ela propõe que as mulheres da aldeia façam greve de amor para convencer os homens a mudar a tradição e a irem pegar água na fonte. Esta atitude gera grande revolução na aldeia; as mulheres sofrem represália dos homens que dizem que elas estão desafiando sua autoridade.
 
O marido de Leila, Sami, é professor e ensinou a esposa a ler e escrever e no meio do caos os outros homens dizem a ele que ele deveria controlar a esposa ao invés de ensiná-la a ler e escrever, mas Sami é um homem amoroso que ama a esposa e a trata com amor e respeito.
 
Ele dá para Leila um livro chamado As mil e uma noites que fala de amor, sensualidade, posse, sexo e morte.
 
Leila lê o livro para as outras mulheres e diz: "Este livro é nossa identidade, ele fala de sensualidade, do conceito de prazer".
 
O que ela fazia era lutar para despertar as outras mulheres de seu sono profundo e ajudá-las a se reconectarem com sua natureza selvagem.
 
Próximo ao final do filme as mulheres planejam ir a uma festa na cidade para divulgar para outras mulheres a "Greve de Amor". Os homens descobrem seu plano e contratam capangas para prendê-las, mas as mulheres unidas, mais fortalecidas e conscientes, conseguem ir à festa.
 
Um jornalista, que estava na festa e conhecia esta luta, escreve um artigo causando um movimento que levou com que a prefeitura levasse água encanada para aldeia. Em seu artigo ele escreve:
 
"Nunca devemos nos dar por vencidos. O infinitamente pequeno pode se revelar mais majestoso do que tudo que parece grande. A água, o frescor, a vida e até o amor podem brotar a qualquer momento"
 
Este filme me fez chorar por 2 motivos. O primeiro foi ver e sentir a tristeza da alma feminina reprimida e pensar que isto não é apenas o filme, é a história de muitas mulheres. O segundo foi ver a beleza do feminino consciente, que luta por respeito, pelo seu espaço, que se une, que cuida umas das outras, que cantam, que se apoiam.
 
Muitas vezes recuamos por medo, mas no momento que nos encontramos com nossa natureza selvagem, enfrentamos o que antes temíamos.
 
O vídeo abaixo também mostra isto:
 
 
 
  
Clarissa Pinkola Estés, em seu livro Mulheres que correm com os lobos, define a mulher selvagem como a força da vida-morte-vida; a incubadora. A intuição, a vidência, a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngues: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussura em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la.
 
 
 
  
E para quem tiver interesse em assitir ao filme:
 
 

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