sábado, 12 de outubro de 2013

A dança e a alma

O campo racional é útil, amplo, rico e necessário para nosso crescimento intelectual. Mas não podemos deixar de alimentar a nossa alma, pois é através dela que o corpo resplandecerá a beleza da vida, mesmo frente às mais abruptas tempestades que possamos enfrentar.
 
A alma nos ajuda a cantar quando nos faltam palavras. Ela nos faz dançar quando o corpo para inerte diante da dor. Ela enternece o coração de gratidão, quando paramos para apreciar as coisas boas que temos. Faz poesia das lágrimas e nos abraça com um sorriso de esperança.
 
A alma nos mantêm aquecidos quando está nevando em nosso interior. Ela nos ajuda a olhar as estrelas quando muros estão caindo ao nosso redor. A alma nos ensina que apesar das intercorrências que a vida possa trazer, podemos enxergar e escolher viver com alegria o lado bom da vida.

Autor: Luciana Alves Ribeiro
 
Para você mulher, que aprecia a linguagem da alma, segue o vídeo do balé "O lago dos cisnes". Veja, ouça, sinta e alimente sua alma selvagem!


domingo, 1 de setembro de 2013

A Mulher Selvagem

No filme Palácio das Ilusões (Mansfield Park) vemos a beleza da natureza selvagem em ação.

Fanny é uma mulher que vive com a família rica de sua tia. Sua mãe a enviou para o palácio da tia quando ainda era uma criança, pois não tinha recursos financeiros para sustentar tantos filhos. Quando Fanny chegou ao palácio, soube que não estava só de passagem, que ficaria; ela ouviu que não era uma "igual" mas que os outros não deveriam desprezá-la. Edmund, um dos garotos que também morava no palácio, foi seu amigo desde o começo e a acolheu em seu sofrimento ainda quando criança.

O filme se passa por volta de 1836, época em que os casamentos eram arranjados. Um homem rico e nobre pediu a mão de Fanny em casamento para seu tio, só que Fanny disse para o tio que não se casaria com este homem. Quando o tio lhe perguntou o porquê ela disse que era porque não confiava nele.

Esta atitude foi considerada como um insulto para o tio que disse que se ela se recusasse a se casar com o nobre homem, seria enviada de volta para sua mãe. E assim aconteceu. Ela deixou o palácio e foi de volta para a casa da mãe.

Fanny é uma Mulher Selvagem, que conhece o mundo subterrâneo e tem seus instintos aguçados; ela ouve e confia na sua voz interior. Como na história da donzela sem mãos do livro "Mulheres que Correm com os Lobos":

"Ela é uma heroína-guerreira que por algum tempo ficou por baixo de uma aparência frágil. Ela tem a resistência do lobo solitário. Ela é capaz de suportar a sujeira, a imundície, a traição, a mágoa, a solidão e o exílio. Ela é capaz de vaguear pelo mundo dos mortos e voltar, enriquecida ao mundo objetivo"

Fanny ouviu sua intuição, não vendeu sua alegria e sonhos por nobreza, dinheiro ou segurança. Não confiava no homem e não se casou, mesmo ele mostrando-se um cavalheiro, fazendo galanteios e tentando incansavelmente conquistá-la.

Por um momento ela pensou em ceder, mas na manhã seguinte decidiu continuar seguindo seu coração que dizia que o homem não era confiável.

Quando estamos com nossos instintos aguçados, podemos ver o predador da nossa alma, podemos ver aquilo que não nos trará felicidade, aquilo que nos tornará prisioneiras em uma terra sem brilho, sem água e sem alegria e, então, dizemos Não, mesmo tendo que enfrentar as adversidades que virão.

Este nobre homem acaba provando seu verdadeiro caráter, mostrando que não era aquilo que mostrava ser quando tentava conquistar Fanny.

Diferentemente da irmã na história do Barba Azul, também do livro "Mulheres que Correm com os Lobos", Fanny reconheceu o predador e não se deixou seduzir por ele. Ela tem a chave do conhecimento; chave que carrega no peito.
 
É essa Mulher Selvagem que nos protege e, mesmo que enfrentemos adversidades e sintamos dor, tal dor não se compara à tristeza de se ter o fogo da nossa alma apagado, levando embora nossa criatividade, intuição, alegria e brilho.

Fanny escolheu seguir sua voz interior e estar com alguém que a fazia feliz, que a respeitava em sua integridade, que lhe apoiava em seus planos.

Embora trate-se de um filme, essa não é uma história que tem que ser fictícia. Ela pode ser a história de cada uma de nós mulheres.

Como está a sua Mulher Selvagem?

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A demarcação do território


 
"A maior parte do tempo, os lobos evitam os confrontos, mas quando precisam fazer valer seu território, quando alguma coisa ou alguém os persegue constantemente, ou os acua, eles têm seu próprio jeito vigoroso de explodir. Isso acontece raramente, mas a capacidade de expressar essa raiva faz parte do seu repertório, e deveria fazer parte do nosso também.
 
Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência - e isso é algo realmente poderoso. A raiva é um dos meios inatos que ela dispõe para começar a criar e manter os equilíbrios que lhe são caros, tudo que ela realmente ama. É seu direito e, em certas hora e sob certas circunstâncias, é seu dever moral.
 
Para as mulheres, isso significa que existe uma hora para mostrar os dentes, para mostrar a poderosa capacidade de defender seu território, para dizer 'até aqui e nem mais um passo, não passe a responsabilidade adiante, não se intrometa, tenho uma coisa a dizer, tudo isso decididamente vai mudar' ".
 
Texto retirado, na íntegra, do livro "Mulheres que correm com os lobos", capítulo 12 - A demarcação do território: Os limites da raiva e do perdão.
 
Muitas mulheres crescem aprendendo que mostrar raiva é ruim, é feio, não é coisa de "menina educada". Outras ouvem que Deus não gosta disso. Muitas foram tão oprimidas que não puderam aprender a mostrar sua raiva. A verdade é que muitas não têm ou tiveram um ambiente favorável e acolhedor para aprender a mostrar a raiva de forma assertiva.
 
Alexander Lowen, em seu livro "Alegria - a entrega ao corpo e à vida", escreveu um capítulo chamado Raiva: A emoção que cura. É um capítulo muito interessante, pois, o autor diz que a raiva é uma emoção importante na vida de todas as criaturas, pois ela serve para manter e proteger a integridade física e psicológica do organismo. Ele explica que sem a raiva ficamos impotentes contra os ataques a que a vida nos sujeita.
 
Clarrisa Pinkola Estés no livro "Mulheres que correm com os lobos"  diz que nossa raiva pode, por algum tempo, ser nossa mestra, algo com que aprender, algo a ser tratado internamente e depois transformado em algo útil. Contudo, a autora alerta que a raiva não transformada pode se tornar uma mantra constante acerca de como fomos oprimidas, feridas e torturadas. E ou quando isso acontecer precisamos aprender como perdoar para podermos transformar a antiga raiva aprisionada em algo bom para nós.
 
Portanto, é importante termos em mente que queremos usar a raiva  como uma força criadora. Queremos usá-la para mudar, desenvolver e proteger.
 
Vale a pena ler o capítulo 12 completo deste livro, pois Clarissa aborda, de forma preciosa, como aprender a usar a raiva de forma criativa; como tratar a raiva antiga e muito mais.
 
A leitura desse livro é de uma riqueza profunda para qualquer mulher que queira se reconectar com seu Self selvagem e aprender a amar e respeitar seu ser mulher em sua totalidade!
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A dádiva da fertilidade


Nosso ciclo menstrual é um período de muitas alterações hormonais. Nessa época nós mulheres estamos mais voltadas para nosso interior. Muitos sentimentos e sensações se afloram; eles vem à superfície, tocam a consciência com força e muitas vezes estremessem a alma.
 
É como se colocássemos uma lente de aumento em tudo que sentimos. Aquela mágoa, tristeza, insatisfação, saudade, alegria, paixão.... que estavam ali em um tamanho médio, ficam grandes e exigem de nós uma maior capacidade de lidar com o que vemos dentro da alma e sentimos.
 
Nossa capacidade criativa aumenta e as sensações corporais são sentidas e vividas com muita intensidade.
 
No livro Mulheres que correm com os lobos, Clarissa Pinkola diz que ver alguma coisa a fundo exige força para suportar o que se vê.
 
É importante sermos capazes de olhar para tudo isso que experimentamos em cada ciclo menstrual e usar cada sensação e experiência como potencial de transformação.
 
Todo mês temos a chance de crescer em autoconhecimento e nos expressar de forma criativa. Ou podemos viver o inferno, com TPMs terríveis e amaldiçoando ser mulher. É uma escolha.
 
A forma que encaramos nosso ciclo menstrual tem muito a ver com a forma que encaramos nosso ser mulher.
 
No livro Mulher - Em busca da feminilidade perdida, Betty De Shong Meador fala da tesmoforia (um ritual feminino da fertilidade). Connie Zweig (a organizadora do livro) inicia o capítulo dizendo o seguinte:
 
"O primeiro dos mistérios femininos que confrontamos em nossos corpos é a menstruação. A maioria das mulheres que tenho visto não experimentou a menarca (primeira menstruação), e nenhum outro ciclo menstrual, como eventos mágicos. Em lugar disso, fomos ensinadas a vê-los como eventos fisiológicos, mecânicos mesmo, nos quais o corpo despeja nossa substância como uma alternativa à fertilização.
 
Enquanto nossas mães, tipicamente, não sabiam nada acerca da aproximação da menstruação (e frequentemente pensavam, com o primeiro sangue, que corriam o perigo de perder suas vidas), nós fomos preparadas com explicações científicas atualizadas e com ferramentas e medicamentos que nos permitem atuar como se nada tivesse acontecendo. O ideal, então, era ser capaz de ignorar o sangramento.
 
A analista junguiana Betty De Shong Meador, recua até a Tesmoforia, uma cerimônia de fertilidade pré-patriarcal que relacionava as sementes da colheita com as sementes nos corpos das mulheres. O ritual envolvia purificação, descenso (descida), sacrifício e um encontro com a Serpente, a deusa das profundezas da fertilidade".
 
Este é um dos capítulos mais belos do livro. Betty de Shong diz que no passado os rituais femininos centravam-se no mistério do sangue. As mulheres celebravam a conexão entre o ciclo de fertilidade em seus corpos e o ciclo de fertilidade da terra. Elas honravam seus ciclos menstruais como presente de uma deidade e bravamente protegiam a sacralidade de sua fertilidade.
 
Penso que precisamos recuperar isto e nos relacionar com nosso ser mulher, em sua integralidade, de forma sagrada e amorosa! 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Livro - Mulheres que amam demais

Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Quando grande parte de nossa conversa com amigas íntimas é sobre ele, os problemas, os pensamentos, os sentimentos dele - e aproximadamente todas as nossas frases se iniciam com "ele....", estamos amando demais.
 
Quando desculpamos sua melancolia, o mau humor, indiferença ou desprezo como problemas devido a uma infância infeliz, e quando tentamos nos tornar sua terapeuta, estamos amando demais.
 
Quando lemos um livro de autoajuda e sublinhamos todas as passagens que pensamos que irão ajudá-lo, estamos amando demais.
 
Quando não gostamos de muitas de suas características, valores e comportamentos básicos, mas toleramos pacientemente, achando que, se ao menos formos atraentes e amáveis o bastante, ele irá se modificar por nós, estamos amando demais.
 
Quando o relacionamento coloca em risco nosso bem-estar emocional, e talvez até nossa saúde e segurança física, estamos definitivamente amando demais.
 
Apesar de toda dor e insatisfação, amar demais é uma experiência tão comum para muitas mulheres, que quase acreditamos que é assim que os relacionamentos íntimos devem ser. A maioria de nós amou demais ao menos uma vez, e, para muitas, está sendo um tema repetido na vida.
 
Neste livro, analisaremos a fundo as razões por que tantas mulheres, procurando alguém para amá-las, parecem encontrar inevitavelmente parceiros doentios e não afetuosos. Devemos ver o motivo, já que o relacionamento não satisfaz nossas necessidades, mas temos tanta dificuldade em acabar com ele. Veremos que amar se torna amar demais quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso ou inacessível e, mesmo assim, não conseguimos abandoná-lo - de fato, nós o queremos, precisamos dele ainda mais. Passaremos a compreender como o fato de querermos amar, de ansiarmos por amor ou de amar em si torna-se um vício.

O trecho acima foi retirado, na íntegra, do livro Mulheres que Amam Demais de Robin Norwoood.
 
Como cada pessoa experimenta e encara o amor é uma experiência subjetiva, pois aprendemos a amar com base em vários fatores.
 
Freud dizia que a menina aprende a amar com a mãe e o menino com o pai. Muitos pais dizem que amam seus filhos, mas estão ausentes; na verdade, para eles, é assim que sabem amar. Dizem, por exemplo, que precisam trabalhar e, por isso, não estão presentes. Outros dizem que se são duros em suas correções, se batem nos filhos é porque os amam e eles precisam aprender. Outros abandonam e dizem que o fizeram por amor. Enfim, o amor é aprendido através das nossas experiências mais remotas.

Muitas mulheres aceitam a grosseria, a ausência, a violência de seus parceiros, porque foram criados desta forma; aprenderam esta forma de vínculo, esta foram de "amor".
 
Muitos acharão difícil definir o amor, já que toda realidade é subjetiva, ou seja, a pessoa percebe o que é real para ela; ela sente e se vincula da forma que aprendeu e este é um processo individual. O amor é vivido por cada um de acordo com a aprendizagem que tivemos dele.
 
Penso que quando tivemos relacionamentos não saudáveis na infância é importante que olhemos para isto e busquemos resignificar o que aprendemos sobre o amor.
 
Ouvi da minha terapeuta certa vez que é importante estarmos ao lado de pessoas que nos façam bem.

Paulo Coelho disse que: Amor é alegria. Não tente se convencer que sofrimento faz parte.
 
Li de um autor desconhecido que: Uma vida com amor terá alguns espinhos, mas uma vida sem amor não terá rosas.
 
Claro que não é fácil amar, conviver, relacionar-se com o outro. A dinâmica de um casal é algo extremamente complexo e difícil. Nos modificamos a cada dia e o outro faz parte deste processo de individuação. Mas é importante estarmos em um relacionamento que nos faça bem, com alguém que sejamos felizes.
 
No livro Uma Clínica Específica com Casais, a autora Isabel Cristina Gomes diz : "O conflito entre um casal é algo saudável, mas seu potencial para crescimento depende da capacidade desse casal de regular os conflitos relativos a seus mundos internos: o individual e o compartilhado. E que a tensão que nasce do conflito proporciona igual oportunidade para potenciais criativos e destrutivos".
 
Um relacionamento entre um casal é um oportunidade de crescimento ou de destruição. Por isso, é importante que nos amemos enquanto mulheres, que nos respeitemos, que busquemos ter consciência das nossas sombras e dos nossos potenciais, para que usemos isso a nosso favor e aprendamos uma forma de amar saudável, que nos traga alegria!
 
Termino com uma frase do Osho: "Nunca espere que o outro deva mudar. Em todo relacionamento comece a mudança do seu lado".

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Filme: A fonte das mulheres

Um filme para ser visto e apreciado com os olhos da alma. A história retrata mais do que a luta das mulheres por dignidade e respeito. Esta é a história da alma da mulher selvagem, da mulher astuta, que segue seus instintos e sua intuição.
 
No livro Mulheres que correm com os lobos a autora diz que uma mulher saudável assemelha-se muito a um lobo: robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal.
 
Este filme fala desta mulher que existe em toda mulher e que por algum motivo foi distanciada de sua natureza selvagem, mas que ao se reconectar ela se enche de vida e de alegria.
 
O filme começa mostrando a rotina de mulheres de uma aldeia que precisam ir buscar água em um local longe e levar para aldeia. Um trabalho feito pelas mulheres há muitos anos. Era uma tradição. As mulheres iam mesmo grávidas e muitas sofriam abortos devido ao peso e a quedas.
 
Leila, uma das mulheres da aldeia resolve expressar sua indignação, reprimida há tanto tempo, quando vê uma de suas companheiras abortando enquanto carregava água.
 
Ela resolve viver sua natureza selvagem; seguir sua natureza instintiva.
 
Apenas uma senhora do grupo apoia Leila e diz às outras mulheres: "Seus corações são águas estagnadas. Acordem seus corações. Mostrem seus sentimentos e sua coragem, ou sua vida vai afundar como pé na lama".
 
As outras mulheres estavam desconectadas de sua natureza selvagem. Mas Leila estava disposta a ajudá-las a trazer à tona sua força feminina e alcançar o seu direito de viver com dignidade e respeito.
 
Ela propõe que as mulheres da aldeia façam greve de amor para convencer os homens a mudar a tradição e a irem pegar água na fonte. Esta atitude gera grande revolução na aldeia; as mulheres sofrem represália dos homens que dizem que elas estão desafiando sua autoridade.
 
O marido de Leila, Sami, é professor e ensinou a esposa a ler e escrever e no meio do caos os outros homens dizem a ele que ele deveria controlar a esposa ao invés de ensiná-la a ler e escrever, mas Sami é um homem amoroso que ama a esposa e a trata com amor e respeito.
 
Ele dá para Leila um livro chamado As mil e uma noites que fala de amor, sensualidade, posse, sexo e morte.
 
Leila lê o livro para as outras mulheres e diz: "Este livro é nossa identidade, ele fala de sensualidade, do conceito de prazer".
 
O que ela fazia era lutar para despertar as outras mulheres de seu sono profundo e ajudá-las a se reconectarem com sua natureza selvagem.
 
Próximo ao final do filme as mulheres planejam ir a uma festa na cidade para divulgar para outras mulheres a "Greve de Amor". Os homens descobrem seu plano e contratam capangas para prendê-las, mas as mulheres unidas, mais fortalecidas e conscientes, conseguem ir à festa.
 
Um jornalista, que estava na festa e conhecia esta luta, escreve um artigo causando um movimento que levou com que a prefeitura levasse água encanada para aldeia. Em seu artigo ele escreve:
 
"Nunca devemos nos dar por vencidos. O infinitamente pequeno pode se revelar mais majestoso do que tudo que parece grande. A água, o frescor, a vida e até o amor podem brotar a qualquer momento"
 
Este filme me fez chorar por 2 motivos. O primeiro foi ver e sentir a tristeza da alma feminina reprimida e pensar que isto não é apenas o filme, é a história de muitas mulheres. O segundo foi ver a beleza do feminino consciente, que luta por respeito, pelo seu espaço, que se une, que cuida umas das outras, que cantam, que se apoiam.
 
Muitas vezes recuamos por medo, mas no momento que nos encontramos com nossa natureza selvagem, enfrentamos o que antes temíamos.
 
O vídeo abaixo também mostra isto:
 
 
 
  
Clarissa Pinkola Estés, em seu livro Mulheres que correm com os lobos, define a mulher selvagem como a força da vida-morte-vida; a incubadora. A intuição, a vidência, a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngues: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussura em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la.
 
 
 
  
E para quem tiver interesse em assitir ao filme: